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Uma revisão sobre romboidade no lingotamento contínuo de tarugos 
Jorge Madías 
43º Seminário de Aciaria da ABM, Belo Horizonte, Brasil, 20-23 de maio de 2012
Conteúdo 
2 
Introdução 
Avaliação da romboidade 
Conseqüências no lingotamento e laminação 
Influência do tipo de aço 
Mecanismo de formação 
Experiências industriais 
Conclusões
Introdução 
3 
A romboidade é um problema conhecido desde os primeiros tempos do lingotamento de tarugos e blocos 
Porém, durante a última década na partida de diversas máquinas de concepção moderna esse defeito de forma tem ocorrido com freqüência, exigindo trabalhos de melhora constante para poder minimizá-lo 
Assim, é interessante revisar a literatura antiga e recente sobre o problema
Avaliação da romboidade 
4 
Uma primeira avaliação é a simples vista, por observação na câmara de refrigeração 
O canto obtuso se observa mais frio e o canto agudo mais quente 
Também a observação do corte com maçarico permite ter uma idéia
Avaliação da romboidade 
5 
Diferentes escenários à saída do molde: 
romboidade em todos os veios, com partes escuras e outras parte brilhantes nas faces 
romboidade em todos os veios, mas cor uniforme na saída do molde 
forte romboidade em um ou dois veios, com orientação variável 
forte romboidade em um ou dois veios, com orientação fixa
Avaliação da romboidade 
6 
Variação a longo dos tarugos
Qualidade tarugo / laminação 
7 
A romboidade está usualmente acompanhada por trincas off-corner nos cantos com ângulo obtuso 
Dependendo da magnitude da romboidade, as trincas off-corner podem continuar em forma diagonal, seguindo o caminho do encontro entre os grãos colunares que provêm das duas faces ligadas ao canto obtuso 
Isto sugere uma ligação entre os mecanismos de formação das trincas off-corner e da romboidade
Qualidade tarugo / laminação 
8 
 Romboidade, trincas off-corner e diagonais
Qualidade tarugo / laminação 
Já no reaquecimento, a romboidade pode trazer dificuldades na movimentação dos tarugos, particularmente nos fornos empurradores 
os tarugos saltam na entrada do forno, causando uma pilha ou embolamento 
9
10 
Qualidade tarugo / laminação 
A falta de esquadria é considerada severa se supera os 6 mm – 8 mm ou 4% - 5% 
Para máquinas novas, os fornecedores de equipamento garantem 1% ou 2% de romboidade, segundo os casos 
Em um caso recente se estabeleceu índice de romboidade menor que 9 mm como padrão de utilização normal 
A laminação de corridas com diferença entre diagonais entre 10 mm e 13 mm podia ser realizada com calibração especial para suportar tais valores 
A calibração clássica tipo passe caixa-caixa vai exigir canais mais largos para acomomodar o rombóide
Influência do tipo de aço 
11 
O aço medio carbono tem maior tendência 
QIT 
DDS 
Gerdau Açominas
Influência do tipo de aço 
12 
Caminho de solidificação particular
Influência do tipo de aço 
13 
Em comparação com os aços de menor teor de carbono, que apresentam baixa transferência de calor no molde, eles têm uma maior transferência de calor 
Com respeito aos aços de alto carbono, a faixa de solidificação é bem menor 
Para o aço de médio carbono, a extração de calor no molde é razoável (4.500 kW/m2) e ao mesmo tempo a faixa de solidificação é estreita (50°C) 
Essa combinação não é similar para os aços de baixo carbono (baixa transferência de calor, 2.500 kW/m2) e os aços de alto carbono (faixa de solidificação ampla, 100°C)
Influência do tipo de aço 
14 
Por modelamento, se a transferência de calor no molde decresce 25% numa dada posição e sobe 25% em outra, a diferença de espessura da pele 25 mm abaixo do menisco é de 
1 mm para um aço de 0,32% C 
0,4 mm para um aço de 0,84% C 
0,2 mm para um aço de 0,12% C
Mecanismo de formação 
15 
No início tem sido proposta a possibilidade de ter romboidade no molde, devido à distorção, na região logo abaixo do menisco, e que a romboidade fique amplificada no veio 
Isto explica bem o fato conhecido da observação de cortes transversais macroatacados, de que o canto obtuso tem menor espessura de casca à saída do molde do que o canto agudo, por conta do maior espaço entre o molde e o veio, diminundo assim a transferência de calor 
Porém, seria difícil explicar uma romboidade grande, já que a distorção do molde está longe de ser tão importante.
Mecanismo de formação 
16 
Logo, foi proposta a formação no molde de uma casca fraca em dois cantos opostos, e grossa nos outros dois cantos 
A seção é levada a uma forma fora de esquadro pelo resfriamento secundário, devido a que a temperatura cai mais rápido onde a casca tem maior espessura (por maior condução do calor) e a contração não é uniforme, dando lugar ao ângulo agudo nos cantos frios e ao ângulo obtuso nos cantos quentes
Mecanismo de formação 
17 
Inicial Posterior
Mecanismo de formação 
18 
Causas para a solidificação não uniforme no molde 
marcas de oscilação, mais profundas nos cantos obtusos 
distorção do molde 
fervura intermitente da água 
falta de alinhamento entre o molde e a camisa d’água 
formação de depósitos por baixa qualidade da água 
resfriamento secundário 
Mais recentemente, as variações de nível de aço no molde, a resposta do óleo de lubrificação e sua influência sobre a transferência de calor
Mecanismo de formação 
19 
Comportamento do óleo segundo a temperatura do molde
Mecanismo de formação 
20 
Efeito das variações de nível de aço no molde 
Se o molde estiver quente, a região perto do menisco estaria “seca” 
Se o menisco sobe, a temperatura máxima do molde o acompanha, de uma região sem óleo a outra com óleo líquido 
Quando isso acontece, o óleo vaporiza e a transferência de calor cresce 20% 
Se pelo contrário, o menisco desce, a temperatura máxima do molde move para uma região com pouco óleo 
Neste caso não vai ter lugar um aumento da transferência de calor (a menos que em partes localizadas o veio tenda a colar-se ao molde, devido ao atrito)
Mecanismo de formação 
Efeito das variações de nível de aço no molde 
quando o nível de metal sobe em uma parte e desce em outra, a variação de nível implicar uma diferença na espessura da casca entre ambas as regiões 
Tarugos com romboidade maior apresentaram grandes variações do nível de aço 
21
Mecanismo de formação 
22 
Tarugos obtidos mediante lingotamento submerso e lubrificação com pó fluxante usualmente não apresentam uma romboidade significativa 
Isto é mais um argumento em favor da importância da transferência de calor e o controle do nível de molde 
Com pó fluxante, a máxima transferência de calor ao nível do menisco está na ordem dos 2.500 kW m- 2, quase a metade da registrada com óleo
Mecanismo de formação 
23 
Lingotamento aberto vs. submerso
Casos 
24 
Gerdau Açominas 
Máquina de cinco veios partida em 1999 
Em 2001 produzia um milhão de toneladas, 35% de aço de médio carbono. Perto de 20% do sucateamento de tarugos nesse ano foi por causa da romboidade 
Um plano de melhora, que deu certo, teve um número de ações tão grande que é difícil deduzir quais foram os fatores de maior peso
Casos 
25 
Gerdau Açominas 
Reduzir 35% o teor de enxofre visado 
cuidados com montagem das válvulas no distribuidor 
superaquecimento no distribuidor entre 25°C e 30°C 
limitar velocidade de lingotamento em 3,6 m/min máxima 
iniciar campanha com molde novo, inspecionar o molde em 60 corridas, se em bom estado, continuar até 120 corridas; logo se em bom estado vai para o estoque para serem usados para outros tipos de aço 
reduzir nível de aço no molde de 70% para 55% 
todos os moldes com rolos de pé e duplo estágio em todos os veios, com folga negativa (1º rolo -0,1 mm; 2º rolo -0,2 mm 
comissão interna para cuidar de alinhamento, obstrução dos bicos e substituição dos bicos no resfriamento secundário 
reduzir 10% a pressão da extratora.
Casos 
26 
ArcelorMittal Monlevade 
Ante um aumento de sucateamento de tarugos por romboidade em 1999, uma equipe de trabalho levou a cabo uma atividade para resolver o problema 
A romboidade ocorria em poucos veios 
Reduzindo a velocidade de lingotamento normalmente conseguia-se uma melhoria nos resultados 
Os casos mais graves ocorriam com moldes muito usados 
Algumas ocorrências não podiam ser explicadas com base nesses parâmetros
Casos 
27 
ArcelorMittal Monlevade 
Ações implantadas para reverter os elevados índices de sucateamento 
Solução de defeitos eletro-mecânicos existentes; 
Alinhamento geral da máquina de lingotamento contínuo; 
Revisão do sistema de resfriamento secundário; 
Redução do superaquecimento do aço no distribuidor 
adequação e monitoramento das águas de resfriamento. 
Com a partida de um novo alto forno mudaram as condições ao aumentar a velocidade de lingotamento, diminuir a disponibilidade da máquina para manutenção, ter variações do sobreaquecimento, e ter os equipamentos com sobrecarga 
Foram feitos experimentos para os aços de médio e alto teor de carbono, variando em forma simultânea o nível de aço no molde, a velocidade de lingotamento e a vida da lingoteira; a aplicação dos resultados foi bem sucedida
Casos 
28 
ArcelorMittal Piracicaba 
Importante ocorrência de romboidade na partida da máquina de lingotamento contínuo em 2001 
Até 11% de corridas com romboidade sobre o total de corridas produzidas, no mês de dezembro 
Plano de ação, baseado na metodologia das seis sigmas
Casos 
29 
ArcelorMittal Piracicaba 
Ações implantadas 
Melhorar o alinhamento das camisas d’água 
Reduzir a campana dos moldes a um máximo de 670 horas 
Padronizar e aferir os medidores de pressão e vazão de água 
Posicionar os rolos de pé, de maneira a possibilitar a interferência sobre as faces do tarugo 
Reduzir a taxa de resfriamento de água primária 
Estabelecer critérios para limpeza e troca de bicos de spray, troca e alinhamento de bananas e checagem do sistema após verificação do trabalho
Casos 
30 
Villares Metals 
Romboidade (e trincas off-corner) no lingotamento de tarugos de aço válvula martensítico SAE HNV3 (C 0,45%, Si 3,15%, Cr 8,2%) 
Observou-se em cortes transversais macroatacados que a severidade das trincas off corner era maior à medida que a diferença das diagonais atingia valores próximos a 10 mm 
Por metalografia encontraram-se carbonetos de cromo, situação semelhante àquela encontrada na região dos defeitos em algumas válvula
Casos 
31 
Villares Metals 
Ações implantadas 
Ajustes dos rolos de pé: alinhamento dos dois conjuntos de rolos; folga máxima de 0,25 mm (anteriormente 1 mm) 
Resfriamento secundário: várias modificações para assegurar vazão uniforme de água 
Mesa de oscilação: nivelamento 
Refrigeração do molde: modificação para aumentar a vazão em 150 l/min e atingir uma velocidade de passagem de água de cerca de 8 m/s 
Introdução de desmineralizador e medidores de vazão
Conclusões 
32 
A romboidade é um problema antigo do lingotamento contínuo de tarugos, particularmente quando se utiliza óleo como lubrificante entre o veio e o molde. Porém continua-se informando ocorrências do defeito, mesmo em máquinas novas 
Originado no molde, provavelmente nos primeiros centímetros solidificados, e ligado com as características do aço e com a transferência de calor no molde, o problema tem sido atribuído geralmente a condições não uniformes do resfriamento primário 
As estratégias utilizadas para minimizar sua ocorrência variam de planta a planta e mesmo em diferentes situações operacionais de uma dada máquina. 
Do ponto de vista de pesquisa, falta ainda uma explicação aprimorada dos mecanismos para sua formação, já que os propostos na literatura só explicam parcialmente a geração do problema

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Uma revisão do problema da romboidade no lingotamento contínuo de tarugos

  • 1. Uma revisão sobre romboidade no lingotamento contínuo de tarugos Jorge Madías 43º Seminário de Aciaria da ABM, Belo Horizonte, Brasil, 20-23 de maio de 2012
  • 2. Conteúdo 2 Introdução Avaliação da romboidade Conseqüências no lingotamento e laminação Influência do tipo de aço Mecanismo de formação Experiências industriais Conclusões
  • 3. Introdução 3 A romboidade é um problema conhecido desde os primeiros tempos do lingotamento de tarugos e blocos Porém, durante a última década na partida de diversas máquinas de concepção moderna esse defeito de forma tem ocorrido com freqüência, exigindo trabalhos de melhora constante para poder minimizá-lo Assim, é interessante revisar a literatura antiga e recente sobre o problema
  • 4. Avaliação da romboidade 4 Uma primeira avaliação é a simples vista, por observação na câmara de refrigeração O canto obtuso se observa mais frio e o canto agudo mais quente Também a observação do corte com maçarico permite ter uma idéia
  • 5. Avaliação da romboidade 5 Diferentes escenários à saída do molde: romboidade em todos os veios, com partes escuras e outras parte brilhantes nas faces romboidade em todos os veios, mas cor uniforme na saída do molde forte romboidade em um ou dois veios, com orientação variável forte romboidade em um ou dois veios, com orientação fixa
  • 6. Avaliação da romboidade 6 Variação a longo dos tarugos
  • 7. Qualidade tarugo / laminação 7 A romboidade está usualmente acompanhada por trincas off-corner nos cantos com ângulo obtuso Dependendo da magnitude da romboidade, as trincas off-corner podem continuar em forma diagonal, seguindo o caminho do encontro entre os grãos colunares que provêm das duas faces ligadas ao canto obtuso Isto sugere uma ligação entre os mecanismos de formação das trincas off-corner e da romboidade
  • 8. Qualidade tarugo / laminação 8  Romboidade, trincas off-corner e diagonais
  • 9. Qualidade tarugo / laminação Já no reaquecimento, a romboidade pode trazer dificuldades na movimentação dos tarugos, particularmente nos fornos empurradores os tarugos saltam na entrada do forno, causando uma pilha ou embolamento 9
  • 10. 10 Qualidade tarugo / laminação A falta de esquadria é considerada severa se supera os 6 mm – 8 mm ou 4% - 5% Para máquinas novas, os fornecedores de equipamento garantem 1% ou 2% de romboidade, segundo os casos Em um caso recente se estabeleceu índice de romboidade menor que 9 mm como padrão de utilização normal A laminação de corridas com diferença entre diagonais entre 10 mm e 13 mm podia ser realizada com calibração especial para suportar tais valores A calibração clássica tipo passe caixa-caixa vai exigir canais mais largos para acomomodar o rombóide
  • 11. Influência do tipo de aço 11 O aço medio carbono tem maior tendência QIT DDS Gerdau Açominas
  • 12. Influência do tipo de aço 12 Caminho de solidificação particular
  • 13. Influência do tipo de aço 13 Em comparação com os aços de menor teor de carbono, que apresentam baixa transferência de calor no molde, eles têm uma maior transferência de calor Com respeito aos aços de alto carbono, a faixa de solidificação é bem menor Para o aço de médio carbono, a extração de calor no molde é razoável (4.500 kW/m2) e ao mesmo tempo a faixa de solidificação é estreita (50°C) Essa combinação não é similar para os aços de baixo carbono (baixa transferência de calor, 2.500 kW/m2) e os aços de alto carbono (faixa de solidificação ampla, 100°C)
  • 14. Influência do tipo de aço 14 Por modelamento, se a transferência de calor no molde decresce 25% numa dada posição e sobe 25% em outra, a diferença de espessura da pele 25 mm abaixo do menisco é de 1 mm para um aço de 0,32% C 0,4 mm para um aço de 0,84% C 0,2 mm para um aço de 0,12% C
  • 15. Mecanismo de formação 15 No início tem sido proposta a possibilidade de ter romboidade no molde, devido à distorção, na região logo abaixo do menisco, e que a romboidade fique amplificada no veio Isto explica bem o fato conhecido da observação de cortes transversais macroatacados, de que o canto obtuso tem menor espessura de casca à saída do molde do que o canto agudo, por conta do maior espaço entre o molde e o veio, diminundo assim a transferência de calor Porém, seria difícil explicar uma romboidade grande, já que a distorção do molde está longe de ser tão importante.
  • 16. Mecanismo de formação 16 Logo, foi proposta a formação no molde de uma casca fraca em dois cantos opostos, e grossa nos outros dois cantos A seção é levada a uma forma fora de esquadro pelo resfriamento secundário, devido a que a temperatura cai mais rápido onde a casca tem maior espessura (por maior condução do calor) e a contração não é uniforme, dando lugar ao ângulo agudo nos cantos frios e ao ângulo obtuso nos cantos quentes
  • 17. Mecanismo de formação 17 Inicial Posterior
  • 18. Mecanismo de formação 18 Causas para a solidificação não uniforme no molde marcas de oscilação, mais profundas nos cantos obtusos distorção do molde fervura intermitente da água falta de alinhamento entre o molde e a camisa d’água formação de depósitos por baixa qualidade da água resfriamento secundário Mais recentemente, as variações de nível de aço no molde, a resposta do óleo de lubrificação e sua influência sobre a transferência de calor
  • 19. Mecanismo de formação 19 Comportamento do óleo segundo a temperatura do molde
  • 20. Mecanismo de formação 20 Efeito das variações de nível de aço no molde Se o molde estiver quente, a região perto do menisco estaria “seca” Se o menisco sobe, a temperatura máxima do molde o acompanha, de uma região sem óleo a outra com óleo líquido Quando isso acontece, o óleo vaporiza e a transferência de calor cresce 20% Se pelo contrário, o menisco desce, a temperatura máxima do molde move para uma região com pouco óleo Neste caso não vai ter lugar um aumento da transferência de calor (a menos que em partes localizadas o veio tenda a colar-se ao molde, devido ao atrito)
  • 21. Mecanismo de formação Efeito das variações de nível de aço no molde quando o nível de metal sobe em uma parte e desce em outra, a variação de nível implicar uma diferença na espessura da casca entre ambas as regiões Tarugos com romboidade maior apresentaram grandes variações do nível de aço 21
  • 22. Mecanismo de formação 22 Tarugos obtidos mediante lingotamento submerso e lubrificação com pó fluxante usualmente não apresentam uma romboidade significativa Isto é mais um argumento em favor da importância da transferência de calor e o controle do nível de molde Com pó fluxante, a máxima transferência de calor ao nível do menisco está na ordem dos 2.500 kW m- 2, quase a metade da registrada com óleo
  • 23. Mecanismo de formação 23 Lingotamento aberto vs. submerso
  • 24. Casos 24 Gerdau Açominas Máquina de cinco veios partida em 1999 Em 2001 produzia um milhão de toneladas, 35% de aço de médio carbono. Perto de 20% do sucateamento de tarugos nesse ano foi por causa da romboidade Um plano de melhora, que deu certo, teve um número de ações tão grande que é difícil deduzir quais foram os fatores de maior peso
  • 25. Casos 25 Gerdau Açominas Reduzir 35% o teor de enxofre visado cuidados com montagem das válvulas no distribuidor superaquecimento no distribuidor entre 25°C e 30°C limitar velocidade de lingotamento em 3,6 m/min máxima iniciar campanha com molde novo, inspecionar o molde em 60 corridas, se em bom estado, continuar até 120 corridas; logo se em bom estado vai para o estoque para serem usados para outros tipos de aço reduzir nível de aço no molde de 70% para 55% todos os moldes com rolos de pé e duplo estágio em todos os veios, com folga negativa (1º rolo -0,1 mm; 2º rolo -0,2 mm comissão interna para cuidar de alinhamento, obstrução dos bicos e substituição dos bicos no resfriamento secundário reduzir 10% a pressão da extratora.
  • 26. Casos 26 ArcelorMittal Monlevade Ante um aumento de sucateamento de tarugos por romboidade em 1999, uma equipe de trabalho levou a cabo uma atividade para resolver o problema A romboidade ocorria em poucos veios Reduzindo a velocidade de lingotamento normalmente conseguia-se uma melhoria nos resultados Os casos mais graves ocorriam com moldes muito usados Algumas ocorrências não podiam ser explicadas com base nesses parâmetros
  • 27. Casos 27 ArcelorMittal Monlevade Ações implantadas para reverter os elevados índices de sucateamento Solução de defeitos eletro-mecânicos existentes; Alinhamento geral da máquina de lingotamento contínuo; Revisão do sistema de resfriamento secundário; Redução do superaquecimento do aço no distribuidor adequação e monitoramento das águas de resfriamento. Com a partida de um novo alto forno mudaram as condições ao aumentar a velocidade de lingotamento, diminuir a disponibilidade da máquina para manutenção, ter variações do sobreaquecimento, e ter os equipamentos com sobrecarga Foram feitos experimentos para os aços de médio e alto teor de carbono, variando em forma simultânea o nível de aço no molde, a velocidade de lingotamento e a vida da lingoteira; a aplicação dos resultados foi bem sucedida
  • 28. Casos 28 ArcelorMittal Piracicaba Importante ocorrência de romboidade na partida da máquina de lingotamento contínuo em 2001 Até 11% de corridas com romboidade sobre o total de corridas produzidas, no mês de dezembro Plano de ação, baseado na metodologia das seis sigmas
  • 29. Casos 29 ArcelorMittal Piracicaba Ações implantadas Melhorar o alinhamento das camisas d’água Reduzir a campana dos moldes a um máximo de 670 horas Padronizar e aferir os medidores de pressão e vazão de água Posicionar os rolos de pé, de maneira a possibilitar a interferência sobre as faces do tarugo Reduzir a taxa de resfriamento de água primária Estabelecer critérios para limpeza e troca de bicos de spray, troca e alinhamento de bananas e checagem do sistema após verificação do trabalho
  • 30. Casos 30 Villares Metals Romboidade (e trincas off-corner) no lingotamento de tarugos de aço válvula martensítico SAE HNV3 (C 0,45%, Si 3,15%, Cr 8,2%) Observou-se em cortes transversais macroatacados que a severidade das trincas off corner era maior à medida que a diferença das diagonais atingia valores próximos a 10 mm Por metalografia encontraram-se carbonetos de cromo, situação semelhante àquela encontrada na região dos defeitos em algumas válvula
  • 31. Casos 31 Villares Metals Ações implantadas Ajustes dos rolos de pé: alinhamento dos dois conjuntos de rolos; folga máxima de 0,25 mm (anteriormente 1 mm) Resfriamento secundário: várias modificações para assegurar vazão uniforme de água Mesa de oscilação: nivelamento Refrigeração do molde: modificação para aumentar a vazão em 150 l/min e atingir uma velocidade de passagem de água de cerca de 8 m/s Introdução de desmineralizador e medidores de vazão
  • 32. Conclusões 32 A romboidade é um problema antigo do lingotamento contínuo de tarugos, particularmente quando se utiliza óleo como lubrificante entre o veio e o molde. Porém continua-se informando ocorrências do defeito, mesmo em máquinas novas Originado no molde, provavelmente nos primeiros centímetros solidificados, e ligado com as características do aço e com a transferência de calor no molde, o problema tem sido atribuído geralmente a condições não uniformes do resfriamento primário As estratégias utilizadas para minimizar sua ocorrência variam de planta a planta e mesmo em diferentes situações operacionais de uma dada máquina. Do ponto de vista de pesquisa, falta ainda uma explicação aprimorada dos mecanismos para sua formação, já que os propostos na literatura só explicam parcialmente a geração do problema