3. Variação regional ou
diatópica
As variações linguísticas regionais
acontecem entre falantes de
diferentes estados, cidades, em áreas
urbanas ou rurais. Podem ser
identificadas em sotaques, dialetos,
falares, pronúncias e até mesmo na
construção de diferentes palavras
para os mesmos conceitos. Um
exemplo é o antigo debate biscoito
versus bolacha, duas formas distintas
de chamar um mesmo alimento em
4. Variações históricas (diacrônicas)
As variações históricas tratam das mudanças ocorridas
na língua com o decorrer do tempo. Algumas expressões
deixaram de existir, outras novas surgiram e outras se
transformaram com a ação do tempo.
Um clássico exemplo da língua portuguesa é o termo
“você”: no português arcaico, a forma usual desse
pronome de tratamento era “vossa mercê”, que, devido a
variações inicialmente sociais, passou a ser mais usado
frequentemente como “vosmecê”. Com o passar dos
séculos, essa expressão reduziu-se ao que hoje falamos
como “você”, que é a forma incorporada pela norma-
padrão (visto que a língua adapta-se ao uso de seus
falantes) e aceita pelas regras gramaticais. Em contextos
informais, é comum ainda o uso da abreviação “cê” ou,
na escrita informal, “vc” (lembrando que estas últimas
formas não foram incorporadas pela norma-padrão,
então não são utilizadas na linguagem formal).
5. Variações linguísticas sociais
ou diastráticas
Essa variação linguística se refere aos
hábitos e culturas de diferentes
grupos sociais, e isso inclui gírias
próprias, como por exemplo, um
grupo de skatistas, que utiliza jargões
e gírias como irado, maneiro, insano,
a fim de representar algo legal.
6. Variação situacional (diafásica)
A variação situacional é usada por um
mesmo falante em situações distintas.
Ou seja, em uma entrevista de emprego
a linguagem é completamente diferente
daquela usada em uma mensagem de
texto para o amigo ou no grupo de
whatsapp da família. É necessário
adaptar a linguagem a cada situação de
fala.
7. Preconceito Linguístico
Preconceito linguístico é uma forma
de discriminação social que consiste
em julgar o indivíduo pela forma
como ele se comunica, seja
oralmente, seja por escrito. O
parâmetro desse julgamento é a
chamada norma culta: quanto mais
distante dela, mais criticado (e
rebaixado) é o falante.
8. "Preconceito linguístico é a discriminação existente entre os falantes de um
mesmo idioma, onde não há o respeito pelas variações linguísticas, como
sotaques, regionalismos, dialetos, gírias e demais diferenças da fala de
determinado grupo.”
Esse tipo de preconceito está enraizado em questões culturais e sociais,
além do que, alguns falantes não reconhecem o caráter dinâmico da língua,
que evolui ao longo do tempo.
9. Música
Zaluzejo
O Teatro Mágico
Ah eu tenho fé em Deus, né?
Tudo que eu peço ele me ouci, né?
Ai quando eu tô com algum pobrema eu digo
Meu Deus! Me ajuda que eu tô com esse problema!
Ai eu peço muito a Deus, aí eu fecho meus olhos, né?
Eu Deus me ouci na hora que eu peço pra ele, né?
Eu desejo ir embora um dia pra recife
Não vou porque tenho medo de avião, de torro, de
torroristo
Ai eu tenho medo, né?
Corra tudo bem
Se Deus quiser, se Deus quiser
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho
Graxite, vrido, zaluzejo
Eu sou uma pessoa muito divertida
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho
Graxite, vrido, zaluzejo
Não sei falar direito
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho
Graxite, vrido, zaluzejo
Não sei falar
Tomar banho depois que passar roupa mata
Olhar no espelho depois que almoça entorta a boca
E o rádio diz que vai cair avião do céu
Senhora descasada namorando firme pra poder casar de véu
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho
Graxite, vrido, zaluzejo
Não sei falar
Quando for fazer compras no gadefour
Omovedor ajactu, sucritcho, leite dilatado, leite intregal
Pra chegar na bioténica, rua de parelepídico
Pra ligar da doroviária, telefone cedular
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho
Graxite, vrido, zaluzejo
Não sei falar
10. Quando fizer calor e quiser ir pra praia de
cararatatuba
Cuidado com o carejangrejo
Tem que tá esbeldi, não pode comer pitz, pra tirar
mau hálito
Toma água do chuveiro
No salão de noite, tem coisa que não sei
Mulé com mulé é lésba e homi com homi é gay
Mas dizem que quem beija os dois é bixcional
Só não pode falar nada
Quando é baile de carnaval
Pra não ficar prenha e ficar passando mal, copo
d'água
E pílula de ontemproccional
Homem gosta de mulher que tem fogo o dia inteiro
Cheiro no cangote, creme rinsa no cabelo
Pra segurar namorado morrendo de amor
Escreve o nome num pepino e guarda no refrigelador
Na novela das otcho, torre de papel
Meninaquenãoévirge,euvejocasardevéu
Se você se assustar e tiver chilique, cuidado pra não
morrer
De palaladi cadique
Tenho medo da geladeira, onde a gente guarda
yogute
Porque no frio da tomada se cair água pode dá
cicrutche
tô comprando um apartamento e o negócio tá quase
no fim
O que na verdade preocupa é o preço do condostim
O sinico lá do prédio, certa vez outro dia me disse
Que o mundo vai se acaba no ano 2000 é o que diz o
acalipse
Tenho medo de tudo que vejo e aparece na televisão
Os preju do carajundu fugiram em buraco cavado no
chão
Torrorista, assassino e bandido, gente que já trouxe
muita dor
O que na verdade preocupa é a fuga do seucrostador
Seucrosta quem não tem dinheiro, quem não tem
emprego
E não tem condução
Documento eu levo na proxeca porque é perigoso
carregar na mão
11. Mas quando alguém te disser tá errado ou errada
Que não vai s na cebola e não vai s em feliz
Que o x pode ter som de z e o ch pode ter som de
x
Acredito que errado é aquele que fala correto e
não vive o que diz
E eu sou uma pessoa muito divertida
Eles não inventavam nada
Eu gostava de inventar as coisa
Não sei falar direito
Inventar uma piada, inventar uma palavra,
inventa uma brincadeira
Não sei falar
Me dá um golinho
Me dá um golinho
E com muito prazer que eu convido
agora todos aqueles
Que estão ouvindo esta canção
Para entoar em uníssono o cântico:
Omovedor, carejangrejo
Vamos aquecer a nossa voz cantando
assim
Iô, iô, iô, iô, iô, iô, iô, eu digo
Omovedor, carejangrejo, omovedor,
carejangrejo, omovedor!
Omovedor, carejangrejo, só isso que
eu tenho pra falar falar!
12. EXERCÍCIO
1- O Teatro Mágico, de uma maneira muito criativa e bem humorada, desenvolveu a música
“Zaluzejo” para mostrar um português diferente, falado por muitas pessoas do Brasil. Circule
todas essas palavras que fogem daquilo que é conhecido como “gramaticalmente correto” e
reescreva-as como dicionarizadas. Mínimo 20 palavras)
2- Existem pessoas que falam da mesma forma que a senhora, que aparece no trecho falado no
início da canção? Você conhece alguém que fala assim? É adequado falar dessa maneira?
Comente sobre isso.
3- As pessoas precisam ser respeitadas pelo modo como elas falam. Entretanto, o modo de falar
da senhora, que aparece no trecho falado no início da canção, pode prejudicá-la de alguma forma
em alguma determinada situação? Explique.
4- As palavras apresentadas na canção existem no cotidiano ou foram inventadas? Exemplifique.
5- Leia a frase a seguir e comente expondo sua opinião sobre o assunto: “Acredito que errado é
aquele que fala correto e não vive o que diz”